terça-feira, 20 de abril de 2010

Encontrei Chagall no dia que seria o sarau...





A ausência no blog justifica-se com duas viagens que fiz, exposições que participei e principalmente o sempre vil metal que nos faz trabalhar demais. Retorno porém repleta de novidades na bagagem da memória, então não faltará assunto...

Em março não houve o Sarau da Casa da Ponte, pois na última semana de março estive em São Paulo, cidade que periodicamente gosto de visitar para peregrinar em museus e teatros.

Desta vez fui para participar de um congresso médico, mas fui um dia antes para desfrutar de exposições. Horas após chegar - no dia que ocorreria o sarau- fui tocada pela obra de Chagall, no Masp. O grande artista russo, que viveu 97 anos - lúcido e produzindo- e que é o símbolo do romantismo nas artes plásticas, mostrava-se em 300 obras no seu mundo mágico de gravuras.Vale ressaltar que para conseguir essas matizes nas gravuras algumas delas precisaram ter 25 pedras-matrize e serem impressas 25 vezes, num trabalho que lhe tomou 4 anos.

Ainda não lembra do artista? É aquele que pinta a tela como se fosse um mural do pensamento, todas idéias jogadas e entrelaçadas, sem preocupação com perspectiva, mas com um colorido de extasiar qualquer um. É muito comum nas suas obras um casal voando abraçado, ou pares em atitudes cúmplices...normalmente eles estão mergulhados em mundos com animais,flores, cidades. Tudo isso é oferecido conjuntamente dando sensação de festa ao onírico, ao exótico, ao distante e magistralmente ao instante...

No final da exposiçãoemocionei-me ao assistir sua última entrevista, realizada um ano antes da sua morte. O réporter lhe perguntava o que ele, um artista de quase um século e que passou por duas guerras, achava mais importante na vida. Chagall abriu o sorriso doce e com olhos de menino instantaneamente respondeu:
- O amor!!!

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